Presidente da ABBD participa de painel da Abrasel sobre comércio ilegal de bebidas alcoólicas

Eduardo Cidade marcou posição no combate à ilegalidade, que tanto prejudica o setor, em encontro on-line de empresários de bares e restaurantes

O presidente da Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD), José Eduardo Cidade, foi um dos participantes do painel “Bebidas Alcoólicas Ilegais, um desafio multissetorial”. O encontro foi parte da programação do 33º Congresso Nacional da Abrasel, que reuniu empresários de bares e restaurantes de todo o Brasil, com cerca de 70 mil participantes on-line. Cidade deixou claro o posicionamento da entidade no engajamento ao combate à ilegalidade, uma das principais bandeiras da recém-formada associação.

O dirigente da ABBD também alertou para um estudo da entidade de pesquisa independente Euromonitor International, que apontou uma expansão de 10% no crescimento do mercado ilícito dos destilados nos primeiros seis meses de pandemia. Antes disso, estudo da mesma entidade já apontava para um mercado ilícito de 30%, situação que foi agravada com a crise provocada pela Covid-19. Cidade também reforçou que o problema não é só econômico, mas uma questão de saúde pública e de criminalidade.

“A bebida produzida ou armazenada sem critério ou sem crivos sanitários traz um risco enorme à saúde do consumidor. O mercado de bebidas ilegais está intimamente ligado ao crime organizado. É uma preocupação que o setor tem porque acaba afetando governo, consumidor, indústria e a todos que tenham relação com este mercado, quer pela perda de arrecadação, quer por problemas de saúde e segurança que podem chegar”, alertou Cidade.

A presidente-executiva da Associação Brasileira de Bebidas (ABRABE), Cristiane Foja, mediou o debate, que também contou com a participação da presidente-executiva da Associação Brasileira de Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas (BFBA), Raquel Salgado, do diretor executivo do Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC), Carlos Lima, do presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (UVIBRA), Deunir Luis Argenta, e do diretor de Relações Governamentais da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Jaime Recena.

Por conta deste aumento do mercado ilegal de bebidas alcoólicas, o evento abrigou o lançamento da campanha multientidades “Diga Não Ao Comércio Ilegal de Bebidas Alcoólicas”.

Dados do comércio ilegal

Um estudo divulgado pela ABRABE revela que nos últimos dois anos o número de apreensão de bebidas ilegais cresceu de forma considerável no país. Em 2021, entre janeiro e julho, foram apreendidas mais garrafas do que o ano de 2020 inteiro, conforme a pesquisa.

O resultado evidencia que a união das entidades do setor é essencial para elucidar a relação de coexistência entre a produção ilícita das bebidas, sua distribuição ilegal e o comércio destes produtos nos estabelecimentos, que acabam sendo a ponta final deste mercado.

Em Carta Aberta divulgada pelo Instituto Brasileiro da Cachaça e pelo Núcleo pela Responsabilidade no Comércio e Consumo de Bebidas Alcoólicas no Brasil em 2020, as entidades já alertavam que “o mercado ilegal ceifa empregos, investimentos e receita da indústria formal que segue as regras do jogo”.

Apenas em 2017, a perda tributária só com o mercado de destilados ilegais foi de R$ 5,5 bilhões¹ para o governo, e o setor teme que esse número possa ser ainda maior, ao observar os dados mais recentes de crescimento da ilegalidade.

Conheça o vídeo de lançamento da campanha  Diga Não ao Comércio Ilegal de Bebidas Alcoólicas

1 – Estudo de Álcool Ilícito da Euromonitor, 2018 (Dados de 2017)